Pov de Tom
Assim que vi Ge eu entendi que eles precisavam conversar, eu não queria ver Manu triste por causa desse idiota, então resolvi deixa-los, para que eles se acertassem. Eu estava um pouco afastado quando de repente vejo algo que eu e meu irmão não contávamos, eles estavam se beijando. Mas como assim?
_ Mas que filho de uma p...
_ Calma Tom, respira! –Disse Gustav.
_ Você não me disse que eles só teriam uma conversa?! –Eu disse nervoso.
_ Era pra ser uma conversa. –Disse Bill tão chocado quanto eu.
_ E eles estão sorrindo! Mas que inferno!
Sem dizer nada Gustav foi até o casalzinho.
_ Para com isso casal! –Ele disse rindo. –Vamos ver quem chega do outro lado primeiro?
_ Eu vou ganhar! –Ela disse rindo.
_ Essa eu quero ver! –Disse Gustav saindo.
Não aguentei ver aquilo e dei as costas, eu ia sair da água quando Bill me segurou.
_ Aonde você vai?
_ Eu não vou ficar aqui e ver essa palhaçada.
_ Lembre-se... Dissemos que iriamos aceitar a decisão dela.
_ Sim eu me lembro. Você disse bem “a decisão dela” e não o Georg se jogando pra cima dela!
_ Mas Tom!
_ E a propósito, eu vou sair e esfriar a cabeça, se eu olhar pra cara dele agora sou capaz de bater nele.
Logo saí da água e peguei minhas roupas e fui nu mesmo, o chalé é pertinho. Dei a volta pelo lago e em menos de cinco minutos eu cheguei, peguei a chave reserva embaixo da pedra e entrei.
Fui tomar um banho pra relaxar e pude ouvir o barulho do carro. Essa noite eu queria encher a cara e acordar em um lugar diferente, não estava afim de ver o casalzinho feliz. Logo saí do banheiro e fui pro quarto, peguei minha mala e levei pro quarto onde Gustav dormiria e joguei em cima da cama.
Sem perder tempo peguei a de Georg e levei para o quarto onde Manu dormiria e joguei a mala em um canto, peguei a do meu irmão e voltei para o quarto. Vesti uma calça larga, uma camiseta branca e uma jaqueta de coro, coloquei um boné virado pra trás, passei o primeiro perfume que achei na minha mala, terminei de me ajeitar, peguei minha carteira e coloquei no bolso, calcei o tênis e saí. Assim que estava no corredor avistei meu irmão.
_ Cadê a chave do carro? –Eu disse seriamente.
_ Pra onde você vai Tom?
_ Eu perguntei onde está a chave do carro.
_ Em cima da mesa da cozinha.
Assim que Bill disse onde estava fui direto pra lá sem olhar pros lados, eu realmente não queria falar com ninguém no momento. Ouvi Manu me chamando, mas logo entrei na cozinha, peguei a chave e estava saindo pela porta da cozinha quando ela me puxou pelo braço.
_ Tom espera.
_ O que foi. –Eu disse secamente.
_ Porque você está me tratando assim?
_ Eu não estou te tratando de jeito nenhum. Era só isso?
_ Precisamos conversar.
_ Não precisamos não.
_ Por favor Tom.
_ Conversar o que Manu? Que você e o Georg se acertaram? Parabéns.
_ Você disse que aceitaria minha escolha.
_ Sim e respeito isso. Eu só não suporto cretinos que se aproveitam de algo pra se dar bem.
_ Do que você está falando? –Ela disse sem entender.
_ Vai perguntar pro seu namoradinho.
Sem esperar sua resposta eu sai batendo a porta, eu estava realmente irritado e querendo matar um. Liguei o carro e saí cantando pneu e me dirigi ao primeiro bar que encontrei aberto naquela cidadezinha.
Ao entrar notei que estava cheio, principalmente de mulher, me dirigi até o balcão e logo pedi uma garrafa de uísque e não demorou para uma garota se aproximar de mim e para meu pesadelo ela é muito parecida com Manu, cabelos longos e ondulados e pretos e dona de um par de olhos muito azuis, lábios carnudos... Até de corpo ela é parecida com ela, mas suas vestimenta diziam ao contrario.
Manu sabe se vestir muito bem, já a garota era vulgar, vestindo um vestido super curto e agarrado ao corpo e com um decote que mal tapavam seus seios.
_ Oi gatinho. –Ela disse já colocando a mão em minha perna. –Quer companhia?
_ Não. –Eu disse seco.
Logo enchi o copo e bebi de uma vez, o liquido queimando minha garganta me fazendo fazer uma careta.
_ Estou vendo que você precisa de companhia.
_ Olha eu não estou afim de arrumar encrenca com algum possível namorado seu ou até mesmo cafetão ok. –Eu disse colocando o copo no balcão e enchendo novamente.
_ Não se preocupe lindo. –Ela disse se ajeitando entre minhas pernas. –Não sou garota de programa e muito menos namoro algum caipira aqui dessa cidade.- Ela disse com um lago sorriso.
_ Qual o seu nome?
_ Mayara, e o seu?
_ Tom.
_ Prazer em te conhecer Tom. –Ela disse me dando um beijo no cantinho da minha boca.
_ Garota, para de me provocar. Hoje eu não estou muito bom pra conversar.
_ E quem disse que eu quero conversar? –Ela disse erguendo uma sobrancelha e mordendo o lábio de uma forma sexy.
_ E o que você sugere?
_ Tem um lugar ótimo, é afastado e ninguém vai nos perturbar... Lá da pra beber sossegado.
_ Ok, você me convenceu.
Logo paguei a garrafa e comprei mais uma e saí com Mayara, eu só queria me esquecer dos meus problemas nem que fosse por algumas horas. Entramos no carro e dei a partida e a garota logo ligou o radio e de repente começou a tocar uma música que logo lembrei ser do CD personalizado de Manu. A garota foi desligar, mas eu não deixei.
_ Pode deixar... Eu gosto dessa música.
Então começou a tocar uma música que bateu fundo, pode ter sido meio gay o que estou sentindo e acabar ouvindo uma das musicas melosas dela, mas as letras batiam, agora entendo o porquê dela ter gravado esse CD.
I can't believe I had to see
The girl of my dreams cheating on me
The pain you caused has left me dead inside
I'm gonna make sure you regret that night
Era assim que eu me sentia, traído pela garota dos meus sonhos. Doía vê-la com meu melhor amigo.
I feel you close, I feel you breathe
And now it's like you're here
You're haunting me
You're out of line
You're out of sight
You're the reason that we started this fight
Se Bill realmente a amasse eu não teria se conformado com essa situação toda. Demos uma trégua, para ver quem ela amava de verdade e em uma briga idiota Georg se aproveitou de sua fragilidade e a atacou de frente e isso eu não vou perdoar.
But I know I just gotta let it go
I should'a known
I gotta learn to say goodbye now
I throw my armour down
And leave the battleground
For the final time now
I know I'm running from a warzone
Não sei explicar o que sinto por Manu, nunca havia sentido isso antes por mulher alguma e agora eu estava aqui sofrendo por alguém que não sente a mínima pra mim. O pior é que ainda sinto uma ligação muito forte entre nós, algo que nos liga profundamente, mas o que é?
In our house, I hate that place
Everywhere I walk I see your face
Try to erase a memory with a flame
And hope I never see you again
Standing here in this burning room
You know the end could never come so soon
It's clear to me the lies you use
The ones that kill me ain't hurting you
Como se já não bastasse esses malditos sonhos que tenho desde criança junto com Bill, agora esse mistério todo que envolve Manu. Pode parecer estranho, mas sinto como se já a conhecesse a muito tempo, é como se tivéssemos algo muito forte que ainda não acabou e isso faz meu coração sangrar...
So I know I just gotta let it go
I shoulda' known
I gotta learn to say goodbye now
I throw my armour down
And leave the battleground
For the final time now
I know I'm running from a warzone
Sei que Bill sente o mesmo, mas essa mania dele de se isolar, se fechar em uma concha e não deixar que as pessoas vejam seus sentimentos chega a me irritar. Depois que esses sonhos ficaram mais forte ele se afastou de mim de uma vez me deixando no escuro como sempre.
I'm running from a warzone
I can't do this anymore
I'm running from a warzone
What are we fighting for?
É angustiante estar passando por tudo isso e não ter minha mãe ao meu lado pra me ajudar. Lembro que ela sempre nos dizia que somos especiais e que um dia nossas vidas iriam mudar radicalmente. As vezes eu ficava agoniado por ter os mesmo sonhos que Bill e ela dizia que nós dois tínhamos algo inacabado de outra vida e que agora o destino viria nos cobrar.
I'm running from a warzone
Nunca dei muita importância a isso, pois não acredito nessas bobagens, mas isso está se intensificando mais a cada dia e isso me assusta, não saber o que me espera do outro lado.
I know I just gotta let it go
I shoulda' known
I gotta learn to say goodbye now
I throw my armour down
And leave the battleground
For the final time now
I know I'm running from a warzone
Será que Manu tem haver com tudo isso ou será que minha cabeça anda me pregando pessoas novamente? Será que ela realmente está no meu destino? Será que é ela a garota com quem tanto sonho? Tantas perguntas sem respostas.
Logo Mayara me fez despertar dos meus devaneios, me avisando que havíamos chegado ao local que ela havia falado. Até que o lugar tinha uma vista incrível. Dava pra avistar toda aquela cidadezinha de longe.
Sem pensar em nada eu sai do carro e fui curtir a paisagem. Bebi um gole da bebida e entreguei a garrafa a ela. Ficamos ali conversando, se pegando e rindo por horas. Até que ela me convidou pra passar a noite com ela em sua casa já que ela morava sozinha. Não pensei duas vez e fui, eu realmente não queria voltar pro chalé e ver aqueles dois juntos.
Ao chegarmos a sua casa, ela logo me puxou pra dentro e já foi retirando minha jaqueta e jogando em um canto qualquer. Logo a ajudei a tirar suas roupas também e quando estávamos nus eu a peguei no colo e a imprensei na parede fazendo com que ela passasse suas pernas em minha cintura. Eu a beijava com um desejo fora do comum, ali não parecia o velho Tom de sempre, eu estava mais selvagem do que já sou. A levei até a sala e me sentei no sofá, fazendo com que ela sentasse em meu colo. Começamos por um beijo selvagem, minhas mãos percorriam seu corpo, pareciam que não tinham vida própria. Logo peguei uma camisinha no bolso da minha calça e coloquei, eu posso ser chamado de tudo, menos de irresponsável.
Como eu queria que fosse Manu aqui comigo agora em meus braços, daria tudo pra estar com ela assim. Mas a vida acaba nos pregando peças. Nada é como queremos que seja.
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Assim que chegamos ao ápice juntos, amarrei e joguei a camisinha de lado e Mayara se aconchegou ao meu corpo e dormiu feito um anjo com um lindo sorriso nos lábios. Já eu não conseguia dormir, eu pensava em Manu. Eu tinha que dar um jeito de esquecê-la, e foi pensando nisso que a primeira lágrima correu pelo meu rosto. Chorei muito até que acabei adormecendo.
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