Pov de Jully 

 

Os dias foram passando e tudo parecia estar nos eixos novamente. Eu apenas recebia olhares de ódio de Wanessa e seus amigos, mas eu não estava nem aí pra ninguém. Os Kaulitz sempre estavam comigo, mas as vezes eles davam uma escapadela me deixando sempre na companhia das meninas.

 

As aulas estavam a mil, provas, trabalhos, apresentações e isso tomava muito do meu tempo. Eu estava na biblioteca fazendo um trabalho importante, assim que terminei, guardei meu caderno com as anotações e todas as minhas coisas que estavam espalhadas em cima da mesa e me levantei para colocar o livro no lugar, notei que o lugar estava um silêncio de dar medo, então corri pros fundos para colocar o livro no lugar e sair de lá rapidinho.

 

Assim que cheguei no corredor, fui me esticando para devolver o livro no lugar, o que estava difícil, pois minha altura não ajuda muito e para minha surpresa, senti mãos em minha cintura, me fazendo dar um pulo de susto e logo o livro foi tirado da minha mão e colocado no lugar certo e para meu desespero a pessoa colou seu corpo ao meu e pude sentir a pessoa aspirando o perfume do meu cabelo e isso já estava me apavorando, até que ouço a voz da última pessoa que eu queria encontrar.

 

_ Demorou, mas finalmente eu consegui te pegar sozinha sem os seus cães de guarda. – Ele disse aos sussurros ao meu ouvido.

 

_ Me solta Bruce, isso não tem graça! – Eu disse apavorada, pois ele me enquadrou entre a estante.

 

_ Me ridicularizar na frente dos alunos teve graça? – Ele perguntou parecendo irritado. – Um dos seus amantes quebrou minha mão e isso fez com que eu ficasse fora do campeonato...

 

_ O Bill não é meu amante e se você tem algo pendente vai resolver com ele e não comigo.

 

_ Eu sei que descontando em você a dor vai ser maior. – Ele disse lambendo o meu pescoço.

 

_ Me solta! –Eu disse com um pouco de dificuldade, eu estava apavorada com o que poderia acontecer.

 

_ Você vai aprender a me respeitar... E se contar alguma coisa pra alguém eu juro que mato um por um... Dos seus amigos... –Ele disse rindo.

 

Sem perder tempo dei uma cotovelada nele o que fez perder o ar e se afastar de mim e nisso eu saí correndo pelos corredores da biblioteca, eu queria sair o mais rápido dali.

 

_ Não adianta correr Jully... Eu vou te encontrar... – Ele disse debochadamente.

 

Com muito custo eu finalmente encontrei a saída dos fundos e assim que cheguei ao lado de fora vi que já era noite, não sabia a hora, mas deveria estar tarde. Eu ouvia a risada de Bruce chegando mais perto então apenas saí correndo o mais que eu pude. Acabei chegando na floresta, eu sabia que atravessando eu logo estaria em casa então corri feito louca, tropeçando e caindo por estar muito escuro.

 

O que me irritava era que por mais que eu corresse, Bruce parecia estar mais perto. Depois de muito correr eu avistei as luzes da avenida, mas com o meu desespero acabei tropeçando em algo que me fez cair no chão e bater a cabeça em algo duro, provavelmente uma pedra, o que me deixou tonta. Eu tentava me levantar, mas estava difícil, até que sinto ser puxada pelas pernas.

 

_ Eu disse que te pegaria... –Ele disse rasgando minhas roupas.

 

Eu tentava me defender, mas estava difícil, eu estava muito tonta. Tudo rodava a meu redor, até que sinto sua mão em meu pescoço, Bruce estava me sufocando, me impossibilitando de gritar.

 

_ Por favor... Não faz isso...! – Eu disse com muita dificuldade.

 

_ É só colaborar que eu te libero rapidinho! –Ele disse beijando e arranhando com os dentes toda a extensão do meu pescoço.

 

Bruce iria me violentar e eu não iria poder fazer nada... E se ele me matasse? Então só pude pensar em Bill e Tom naquele momento, eu sabia que Bruce iria atrás deles, pois eles saberiam quem havia feito isso comigo. Ele começou a me apertar mais forte, tudo foi ficando escuro e eu apenas consegui pronunciar o nome deles.

 

_ Bill... Tom... Eu amo vocês... –Eu disse aos sussurros.

 

Nisso ouvi um barulho de um galho se quebrando, minha visão estava embaçada, mas pude ver uma sombra se aproximando e de repente em um único movimento aquela sombra fez Bruce voar do outro lado, ouvi seu corpo se chocar violentamente em algo. Eu estava tentando me manter acordada, mas estava difícil.

 

Senti uma aproximação e isso estava me apavorando, eu tentava me levantar e não conseguia. Aquela coisa me encurralou me fazendo ficar imóvel no lugar, minha respiração estava acelerada demais.

 

_ P-por favor... – Eu disse desesperada. – N-não me machuque... –Eu sentia as lágrimas molharem o meu rosto.

 

_ Não posso machucar algo que me pertence... – Ouvi apenas um sussurro.- Vocês dois serão meus muito em breve... – Senti ele aspirar o meu pescoço, ir passando por meu ombro, até que sinto uma dor agonizante em meu ombro esquerdo o que me fez gritar, depois disso apaguei por completo.

 

 

 Pov de Tom 

 

Assim que saí da Universidade, tive que ir resolver algumas coisas no shopping, eu e Bill temos uma joalheria, herança de nossa mãe e estamos querendo expandir os negócios. Fiquei por lá a tarde toda e já no começo da noite recebo uma ligação de Bill.

 

_ Onde você está? – Ele parecia nervoso.

 

_ Ainda estou na joalheria, porque?

 

_ É que não tenho notícias da Jully.

 

_ Ela ainda não chegou em casa? – Eu disse preocupado.

 

_ Não. Já liguei pras meninas e elas disseram que a Jully tinha ido pra biblioteca fazer um trabalho, mas já liguei no celular dela e só dá caixa postal. Estou realmente preocupado.

 

_ Pra que existe internet? – Eu disse irritado.

 

_ Parece que ela tinha que ver algumas coisas restritas lá da biblioteca.

 

_ Ok estou saindo daqui agora e estou indo direto pra biblioteca. Nos encontramos lá.

 

Sem perder tempo larguei tudo o que estava fazendo, fiquei muito preocupado com a ligação de Bill. Corri para fora do shopping e fui direto para o estacionamento. Logo entrei em meu carro, dei a partida e saí cantando pneu. Eu estava tentando me manter o mais calmo possível, até que sinto um aperto no peito, uma onda de medo me invadiu de uma tal maneira que me fez ficar tonto por alguns segundos.

 

Peguei meu celular e tentei ligar para July, mas só dava na caixa postal, então liguei para Bill.

 

_ Você sentiu isso? – Bill disse com a voz falhada.

 

_ Sim. –Eu disse preocupado.

 

_ A Jully está em perigo.

 

Assim que ouvi meu irmão dizer isso eu afundei meu pé no acelerador, eu precisava achar Jully antes que fosse tarde demais. Não demorou muito para que eu chegasse na biblioteca e logo avistei Bill, ele andava de um lado para o outro,estava nervoso. Logo desliguei o carro e já sai e fui em sua direção.

 

_ Ela esteve aqui, ainda sinto o seu cheiro, mas ela não estava só... Sinto o cheiro do Bruce também.

 

_ Vamos seguir o cheiro deles então.

 

Logo eu e Bill começamos a farejar no ar o cheiro deles, estava um pouco fraco, mas encontramos o cheiro deles mais forte vindo da floresta ao lado da biblioteca. Ouvimos alguns ruídos ao longe, de alguém correndo e de repente silêncio. Ficamos um tempo parados pra tentarmos escutar alguma coisa, mas nada, então continuamos andando para onde vinha o cheiro e de repente, algo invisível pareceu nos atingir, fazendo com que desequilibrássemos e nos apoiássemos no chão.

 

Era angustiante o que estávamos sentindo, era como se o ar nos faltasse e apenas ouvimos um sussurro que gelou a nossa alma.

 

_ Bill... Tom... Eu amo vocês... –Era July, e suas palavras eram de puro medo.

 

Depois que conseguimos nos levantar corremos para onde estava vindo essa energia e logo o ar ficou mais pesado. Uma névoa nos cercava impossibilitando de enxergarmos, ouvimos algo bater violentamente em uma árvore. Estávamos em desespero por sentir que Jully esta em perigo e não podíamos fazer nada, até que escutamos um sussurro que arrepiou minha espinha e logo em seguida um grito agonizante de Jully e depois silêncio.

 

_ Jully! – Bill gritou desesperado.

 

_ Onde você está?! – Eu disse apavorado.

 

Mas nada, apenas o silêncio. Corremos o mais rápido que podíamos e logo mais a frente encontramos o corpo de July imóvel no chão.

 

_ Não! – Eu gritei desesperado.

 

Ela estava com as roupas rasgadas, toda machucada, havia muito sangue também. Não pensei duas vezes e verifiquei seu coração, batia bem devagar, sua pulsação estava muito fraca. Logo a peguei no colo.

 

_ Leve-a para o hospital, eu vou verificar o perímetro... Tem algo errado aqui.

 

_ Tome cuidado.

 

Logo corri de uma forma desumana até meu carro, a coloquei com cuidado, fechei a porta, dei a volta e logo entrei dando partida, eu tinha que levá-la para um hospital antes que fosse tarde demais.



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