Pov de Bill

 

Eu estava com a cabeça a mil quando cheguei na casa dos pais de Jully. Logo desci da moto e fui em direção a porta que já foi aberta e Beatriz entrando em meu campo de visão toda sorridente.

 

_ Bill que surpresa boa! –Ela disse empolgada.

 

_ Não vim falar com você. –Eu disse ignorando-a. – Chame seus pais.

 

_ Eles não estão...

 

_ Preciso falar com eles.

 

_ Acho meio difícil já que eles estão em um cruzeiro... Se você quiser entrar...

 

_ Mas que inferno! – Eu disse irritado. – O que seus pais tem na cabeça? Só queria entender!

 

_ Se eu puder resolver...

 

_ Entre em contato com eles e diga que a July está no hospital... Ela foi atacada.

 

_ Nem pra morrer ela presta! – Ela disse revirando os olhos o que me fez ver em vermelho. – Eu nem vou perder meu tempo em ligar pros meus pais, eles não se importam com ela mesmo.

 

Eu estava cego de ódio pelo desdém de Beatriz, avancei sem pensar e a agarrei pelo pescoço.

 

_ Avise seu amiguinho Bruce de que se eu o encontrar faço questão de quebrar cada osso do seu corpo... Diga a ele pra se mudar da cidade, porque se eu o ver vou adorar fazer o mesmo que ele fez com a Jully, me entendeu?

 

_ S-sim...! –Ela disse com dificuldade.

 

_ E se você contar pra alguém dessa nossa conversa eu venho atrás de você também, fui claro?

 

_ S-sim. –Ela disse tremendo, eu sentia o cheiro do seu medo.

 

Saí sem olhar pra trás, essa garota sabe como me tirar do serio com poucas palavras. Logo voltei para o hospital, eu queria saber notícias de Jully, mas os médicos sempre vinham com as mesmas respostas: “Ela está inconsciente” , “Teremos que esperar ela acordar”.

 

No dia seguinte, os Gs e as meninas apareceram no hospital, eles ficaram sabendo através de Beatriz que fez questão de espalhar pra todos o que July estava hospitalizada.

 

A cada dia que se passava eu me frustrava mais, o que adianta ter me tornado um monstro se não consigo fazer nada direito? Muitas peças desse quebra-cabeça estava faltando, mas algo me dizia que Jully era uma dessas peças, eu só teria que saber onde essa peça se encaixava.

 

A nossa viagem que era pra ser um sonho e acabou virando um pesadelo, foi o início de tudo. Lembro–me de que eu e Tom estávamos empolgados pra levar Jully a uma rave, o lugar era sinistro, como sempre vimos nesses filmes de terror.

 

Quando chegamos, o lugar já estava bombando, muita gente e nós só queríamos nos divertir. Não sei por quanto tempo ficamos na pista, já havíamos bebido muito, quando de repente Jully simplesmente some. Nós nos desesperamos e logo fomos procurá­la, rodamos o lugar feito loucos, e assim que entramos por um dos muitos corredores que havia no local, trombamos com um homem e depois disso simplesmente apagamos e fomos acordar no quarto de Jully.

 

A cena que víamos era assustador, ela estava imóvel e havia muito sangue pela cama. Meu primeiro pensamento foi de que havíamos a matado, mas depois de nos acalmarmos, percebemos que ela ainda estava viva. Demos um jeito pra limpar a bagunça que havíamos feito e assim que ela acordou já estava tudo pronto para a nossa partida.

 

Não demos explicação alguma a ela, só queríamos voltar pra casa e tentar entender o que havia acontecido. Apenas flashs vieram nos assombrar, como uma noite regada a muito sexo e sangue. Muitas perguntas estavam sem respostas, mas de uma coisa tínhamos certeza, éramos monstros e apenas sobreviveríamos através do sangue. Nos tornamos sanguessugas, mas estávamos no escuro quanto a isso.

 

O que nos tornamos tinha haver com Jully, mas não entendíamos o porque disso tudo. Quando estamos transformados Jully consegue ser o nosso bem e mal, é uma mistura de sentimentos, mesmo querendo fazer o mal, algo nela nos acalma de certa forma, é como se ela conseguisse domar a nossa besta interior, mas não temos controle das consequências.

 

Depois desse ataque misterioso, só tínhamos um pensamento, protegê-­la de qualquer coisa que queira se aproximar dela.



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