Ana


Passamos os últimos dias nos divertindo com os amigos da Alexs, até que finalmente chegou nosso grande dia. Nossos pais e os meninos foram até o aeroporto pra se despedirem de nós, e é claro que nos acabamos de tanto chorar, mas estávamos indo em direção a nossa liberdade.

 

Kevin e Gabriel foram uns amores nesses dias, e deu pra notar que eles realmente gostavam da gente, mas fazer o que, nosso futuro não é aqui. Não sei explicar, mas algo me diz que algo muito grande vai acontecer conosco, com a nossa ida á Los Angeles.

 

Depois de nos despedirmos, finalmente embarcamos rumo a nossa felicidade. Algumas horas de viagem depois finalmente chegamos ao condomínio de luxo que iriamos morar. Logo fomos escolher nossos quartos e depois de deixarmos as malas fomos juntas á cozinha, pois estávamos famintas.

 

Pedimos um lanche pra empregada e fomos esperar na sala.

 

— Caramba! Esse lugar é lindo! –Alexs diz empolgada.

 

— Quem diria que um dia teríamos uma mansão só nossa?

 

— Verdade amiga.

 

— Vamos fazer uma promessa?

 

— Já vem você com suas loucuras... –Ela disse revirando os olhos. – O que foi dessa vez?

 

— Nunca vamos brigar por qualquer motivo que seja? Agora estamos apenas nós duas aqui, somos uma família e você sabe que eu odeio brigar com você. Vamos tentar entender o que acontece primeiro antes de fazermos coisas impensadas?

 

— Claro amiga! Você sabe que eu também não gosto de brigar, ainda mais com você. –Ela disse me abraçando. –Você é tudo o que eu tenho, é a única que me entende, sabe no que estou pensando... Até parecemos irmãs gêmeas, igual aqueles caras que você curte.

 

— Verdade. Você é dez minutos mais velha do que eu. É engraçado não acha? Agora só falta eu me casar com o Bill e você com o Tom. –Eu disse rindo.

 

— Não mesmo, você me falou que esse tal de Tom é muito galinha! Sem contar que eu não curto carinha no estilo dele... Tipo nada haver.

 

— Sonho... É tão bom sonhar, não é amiga?

 

— Verdade, enquanto você sonha com o seu anjo eu sonho com a nossa realidade aqui agora sem nossas famílias, sendo independentes. –Ela disse rindo.

 

Nisso a empregada chega à sala com uma bandeja enorme com os nossos lanches. Não da pra acreditar que a Alexs não sonha como eu, ou será que ela é realista demais? Acho melhor eu parar de ficar sonhando acordada, nunca que vou conhecer Bill Kaulitz pessoalmente e por obra divina ele se apaixonar por mim. Às vezes a verdade que ela me diz é como um tapa na cara, só assim pra eu voltar a realidade mesmo.

 

Não falei mais sobre isso e depois que lanchamos, fomos cada uma pro seu quarto tomarmos banho e descansarmos. Eu acordei já era umas nove horas da noite e confesso que estava chato ter que ficar sozinha, então resolvi ir chamar Alexs pra resolvermos o que fazer.

 

— Anda dorminhoca! –Eu disse pulando em sua cama e fazendo-a pular junto feito uma minhoca desengonçada. –Acorda!

 

— Que foi?! –Ela disse toda descabelada e com a cara inchada, não tinha como não rir daquele momento. – Por que você tá rindo?! –Ela disse ajeitando o cabelo.

 

— Ainda são nove horas, vamos sair?

 

— Ah fala sério Ana! Eu tava sonhando que estava comendo chocolate e você me acorda pra sairmos? É isso mesmo?!

 

— Sim, agora vá lá tomar um banho, se arruma, fica linda e vamos dançar um pouco.

 

— Com uma condição.

 

— Qual?

 

— Que eu possa me vestir do meu jeito.

 

— Ah não Alexs!

 

— Ah vai Ana! Eu só tenho duas semanas pra me vestir do jeito que eu gosto, logo a faculdade vai começar e eu te prometi que mudaria meu estilo.

 

— Tudo bem! Agora vá!

 

Sem perder tempo fomos nos arrumar e uma hora e meia depois já estávamos prontas.

 

Eu optei por um make básica enquanto que Alexs optou por make pesada, dando destaques aos seus olhos. Logo liguei para um táxi e dez minutos depois ele já estava buzinando e logo fomos, eu sabia que nossa noite ia pegar fogo. Pedi ao motorista que nos levasse a melhor danceteria da cidade e em quarenta minutos já estávamos em frente a ela.

 

Estávamos indo pra fila quando Alexs me puxou e logo foi falar com o segurança e em pouca conversa ele nos colocou pra dentro.

 

— O que você disse a ele? –Estranhei. –Nem precisamos pagar.

 

— Segredo querida. –Ela disse jogando uma piscadela. – Agora vamos circular, pois o lugar está bombando.

 

Andávamos pelo lugar com muita dificuldade, pois havia muita gente, então resolvemos ir pro bar, pois mesa era impossível.

 

— O que você quer? – Ela disse se debruçando no balcão.

 

— Um refrigerante.

 

— Fala sério Ana! –Ela disse revirando os olhos. – Um Martine e uma vodca.

 

O mais estranho era que o cara nem mesmo pediu nossas identidades, apesar que nem aparentamos a idade que temos. Assim que ela pegou a bebida notei que o rapaz lhe entregou um papelzinho que ela logo guardou e saímos dali. Notei que o lugar tinha vários ambientes, então logo pensei em explorá-los.

 

— Amiga vou circular, vê se conheço algum carinha, você vem?

 

— Não, pode ir.

 

— Você vai ficar bem?

 

— Claro Ana. Qualquer coisa é só me ligar.

 

O bom de sermos grandes amigas é isso de podermos ir pra caminhos diferentes, sem uma ficar chateada com a outra.

 

 Alexs


O lugar estava bombando e vi pelo brilho no olhar da Ana que ela estava empolgada pra conhecer, então preferi deixá-la sozinha, pois tentar se aventurar no meio desse povo de salto agulha não seria nada fácil. Logo fui pro lado do som pesado, eu precisava relaxar um pouco, então dei a volta pelo bar e entrei onde dava pra ouvir nitidamente uma música do Nirvana, nessa hora me lembrei de Ana, apesar do jeito dela ela ama Nirvana.

 

Fui andando e bebericando minha vodca até que trombo com um carinha de tranças me desequilibrando, mas ele foi mais rápido e conseguiu me amparar, mas meu copo foi ao chão.

 

— Nossa! Não olha pra onde anda não? –Eu disse ainda me segurando nele.

 

— Desculpa gatinha, eu não te vi. –Ele disse me encarando e rodando o piercing da boca.

 

Ele ficou um tempo me encarando, até que resolvi falar algo, pois já estava ficando constrangedor.

 

— Você vai me soltar ou ainda vai continuar me encarando?

 

— Foi mal. - Ele disse me colocando de pé novamente. – Eu derrubei sua bebida... Posso te pagar outra?

 

— Não precisa. –Eu disse ficando séria.

 

— Eu faço questão venha. –Ele disse pegando em minha mão.

 

— Hey, pra onde você está me levando? O bar fica pro outro lado. –Eu disse vendo que ele estava me levando em direção a uma escadaria.

 

— Eu estou na área vip, venha.

 

— Eu nem te conheço cara! –Eu disse olhando-o de cima a baixo.

 

— Meu nome é Tom. –Ele disse com um largo sorriso, juro que não estava entendo aonde ele queria chegar com aquilo tudo. – E você...?

 

— Alexandra, mas pode me chamar de Alexs.

 

Nisso ele me surpreendeu com um beijo no rosto.

 

— Venha, eu estou com o meu irmão, prometo que não vou te morder, a não ser que você queira. –Ele disse todo safado.

 

— Garoto, você está me dando medo.

 

— Prometo não te devorar, vem.

 

Vendo que não tinha como recusar, acabei indo com ele. Não sei o que acontece comigo, mas parece que sou imã pra caras estranhos, não sei, acho esses rappers muito estranhos, que graça as garotas viam neles? Roupas largas, todos desleixados, affs!

 

Eu estava distraída com meus pensamentos que quando percebi já estava chegando em uma mesa onde estava um rapaz vestido todo de preto, suas roupas eram justas e ele estava com uma garota de cada lado.

 

Ainda estávamos caminhando pra mesa e o rapaz praticamente me secava.

 

— Viu só, sente-se aqui com a gente.

 

Ao chegarmos à mesa ele tratou de apresentar o rapaz.

 

— Alexs esse é meu irmão Bill. –Ele disse apontando pro rapaz, nossa gostei do cabelo dele, o cara realmente é ousado. –Bill essa é a Alexs.

 

— Mais uma vadia Tom? –Ele disse erguendo uma sobrancelha. –Cadê a ruiva que saiu com você daqui?

 

— Nossa... Que tosco. –Eu disse revirando os olhos. – Ele é sempre babaca assim?

 

— Ignore-o. – Tom disse segurando uma risadinha. – Vai querer o que?

 

— Vodca.

 

Logo ele foi atrás do garçom me deixando com aquela coisa que ele dizia que era seu irmão.

 

— Vejo que a vadiazinha é topetuda. –Ele disse sarcasticamente.

 

— Simba é você? –Eu disse olhando ao redor como se procurasse alguém.

 

— Simba? –Ele disse sem entender.

 

Logo uma das garotas que estava ao seu lado cochichou algo e ele logo fechou a cara.

 

— Garota, você sabe com quem está falando?

 

— Selene querida... Não se exalte o Michael não vai gostar de te ver toda estressadinha. –Eu disse debochadamente.

 

— Sua...! –Ele disse ficando de pé.

 

— Cara se liga! Eu não sei e nem faço questão de saber quem você é! Eu só estou aqui porque o seu irmão derrubou minha bebida e insistiu em me pagar outra! Ele apenas foi educado comigo, coisa que você nem sabe o que significa, não é? Portanto fica na sua e baixa a bola pra falar comigo querido! Se não quer falar comigo, ótimo! Me ignore! É a melhor coisa que você faz!

 

Nisso ele ficou sem reação e voltou a se sentar, mas era visível o seu ódio. Logo Tom chegou com uma garrafa de bebida e um copo. Assim que ele me serviu eu agradeci educadamente e logo me despedi.

 

— Valeu Tom, mas agora tenho que ir.

 

— Pra onde você vai?

 

— Voltar lá pra baixo, pois aqui já deu pra mim. –Eu disse olhando para Bill que apenas me fuzilava com o olhar.

 

— Volta lá pra baixo com a ralé! Lá é o seu lugar! –Ele disse irritado.

 

— Prefiro ficar lá embaixo com a ralé do que aqui com você sua piriguete rockeira!

 

— O que? –Ele disse sem entender.

 

Logo fui saindo, mas Tom me segurou pelo braço.

 

— Ele quando bebe fica insuportável. Sem contar que ele está assim porque teve problemas no relacionamento.

 

— Tom, deixa a Elvira, a rainha das trevas ir, não vai fazer diferença. –Ele disse revirando os olhos.

 

— Vem, vamos olhar o movimento aqui de cima. –Ele disse me puxando.

 

Apesar desse jeito todo estranho do Tom, até que ele é legalzinho. Fiquei durante todo o tempo conversando ou dançando com o Tom, mas eu sentia o olhar de Bill me tostando e toda vez que eu olhava onde ele estava ele me encarava como se estivesse em transe, como se eu fosse a única no lugar e isso realmente estava me assustando.

 

Depois de um tempão Tom foi ao banheiro me deixando sozinha e não demorou muito para que eu sentisse um par de mãos envolvendo minha cintura e me fazendo balançar conforme a música. A pessoa se encaixou e foi me embalando até que a pessoa me virou de frente e pra minha surpresa era Bill, ele me olhava profundamente nos olhos.

 

— O que...? –Eu disse ficando séria de repente.

 

— Shiiii. –Ele disse colando nossas testas. –Curte o momento.

 

PQP! Nunca vi alguém tão bipolar como esse garoto! Dançamos umas duas músicas, até que ele me puxou pra mesa onde ele estava, mas as garotas não estavam por lá.

 

— O que deu em você?

 

— Gostei de você. Você é bocuda como eu, tô vendo que vamos nos dar bem.

 

— Vamos nos dar bem? Não leve pro outro lado, porque aqui não rola nada.

 

— Por quê? Você é lésbica? –Ele disse rindo.

 

— Minha opção sexual não é da sua conta, seu grosso.

 

Nisso ele deu uma risada gostosa e não teve como não rir também.

 

— O que? –Eu disse sem entender.

 

— Você é muito parecida comigo, nunca encontrei alguém assim. Mas... Você não é daqui, não é? –Ele disse enchendo meu copo.

 

— Não. Filadélfia.

 

— E o que faz perdida por aqui?

 

— Faculdade.

 

Conversávamos animadamente quando Tom finalmente chegou.

 

— Finalmente vocês estão se dando bem. –Ele disse se sentando ao meu lado e colocando seu braço em volta do meu pescoço.

 

— Seu irmão é marrento, mas o achei legalzinho.

 

— Marrento? –Ele diz rindo. –Você não viu nada ainda.

 

Até que eles eram super legais. Eles não me contaram muito sobre eles, mas vi ali que uma grande amizade estava se fortalecendo a cada minuto. O tempo foi passando e notei que em nenhum momento a Ana havia me ligado, isso significa que ela também havia se dado bem. Já era umas 3 da manhã quando finalmente ela me manda mensagens.

 

Ana: Amiga, tô te esperando do lado de fora da boate.

 

Alexs: Já estou indo.

 

 

— Meninos, vou indo nessa.

 

— Mas já? –Disse Tom ficando muxoxo.

 

— Sim, minha melhor amiga está me esperando. –Eu disse me levantando. –Mas eu realmente adorei conhecer vocês dois.

 

— Me passa seu telefone. –Disse Tom se levantando e pegando o celular do bolso. –Assim poderemos marcar de nos encontrar.

 

Logo passei meu número pra ele e ele logo me ligou deixando o seu gravado no meu.

 

— Depois eu te passou o meu Elvira. –Disse Bill com um largo sorriso.

 

— Pode deixa piriguete rockeira.

 

Nisso caímos na gargalhada. Me despedi de Bill com um beijo na bochecha.

 

— Sua amiga está onde?

 

— Ela já está lá fora me esperando.

 

— Te acompanho até lá embaixo, vamos.

 

Logo Tom foi até a entrada comigo para que nenhum engraçadinho me parece pelo caminho. Já na portaria...

 

— Valeu por me acompanhar.

 

— Como faço pra te ver de novo? –Ele disse com um sorrio torno nos lábios e mexendo no bendito piercing.

 

— Você tem meu número, é só me ligar.

 

— Então até.

 

— Até. –Eu disse sem graça.

 

Fui dar um beijo em seu rosto, mas ele foi mais rápido e me deu um beijo na boca que acabei correspondendo não sei por que, acho que foi o efeito da bebida. Só paramos de nos beijar porque o ar faltou.

 

— Nossa! –Eu disse sem fôlego.

 

Nisso meu celular começou a vibrar em minha mão e vi que era uma mensagem.

 

Ana: Para de beijar esse garoto e vem logo! Kkkkk

 

— Tenho que ir.

 

Nisso me virei e fui me encontrar com Ana que me esperava do outro lado da rua.

 

— Se divertiu lindona? –Eu disse com um largo sorriso.

 

— Sim e você?

 

— Também.

 

— Conheceu muitos gatinhos?

 

— Sim, dois irmãos o Timão e o Pumba.

 

— Depois eu quero que você me conte tudo, vamos, pois confesso que bebi demais. –Ana disse rindo.

 

Sem perder tempo pegamos um táxi e fomos embora, eu estava vendo que muita coisa iria acontecer em minha vida depois dessa amizade louca da boate.


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