Pov de Manu
Eu estava odiando ter aquelas garotas na mesa com a gente, então preferi dar uma circulada e não demorou para que Georg aparecesse, pedi minha bebida e assim que ela chegou virei os dois copos em seguida um do outro. Começou a tocar uma música, então o arrastei pra pista comigo, eu só queria esquecer que aquela garota e suas amigas estavam no mesmo lugar que eu.
Dançávamos ao ritmo lento da música desconhecida por mim, até que em um certo momento meu pesadelo se tornou realidade, vi Tom aos beijos com a outra e isso fez meu sangue ferver. Sem deixar Georg ver aquela cena, fui saindo e o puxando comigo pelo meio da pista até o outro lado e em um lugar já mais afastado eu disse que queria ir embora, ele não disse nada e apenas pegou em minha mão e seguimos pra fora.
_ O que ouve?
_ Nada demais. –Eu disse tentando parecer normal. –Eu realmente não fui com a cara daquela garota, ela adora me provocar e eu realmente não quero confusão com os caipiras dessa cidade. Sem contar também que eles estão se dando bem, não estou a fim de segurar vela. –Eu disse forçando uma risada.
_ Eu vou conseguir uma carona pra nós, espere aqui. –Ele disse saindo e me deixando sozinha.
Alguns minutos depois ele voltou e fomos para aonde havia uns caminhões estacionados, fomos até um caminhão todo vermelho, Georg me ajudou a subir e logo subiu, ele falou com o motorista e logo já estávamos em movimento. Eles foram conversando banalidades e em 20 minutos finalmente chegamos na estrada que dava pro chalé, nos despedimos e logo descemos.
_ Hey... Porque essa carinha? –Ele disse parando em minha frente.
_ Não é nada.
_ Te conheço a pouco tempo, mas posso dizer que algo te atormenta.
_ É que tudo em minha vida está de pernas pro ar. Perdi minha mãe... Meus amigos... Perdi minha melhor amiga... Meu irmão não liga pra mim... Meu padrasto me atormentando... Não sei mais o que fazer. Não vejo a hora de me tornar independente e não precisar ter que olhar pra cara daquele imbecil! Escolhi uma faculdade longe dele e mesmo assim ele me seguiu... Já não sei mais o que fazer...
_ Mas de todos esses problemas você nos conheceu... Sei que estamos passando por problemas também, muitas brigas, mas tudo vai se ajeitar. O Bill e o Tom são daquele jeito, mas eles tem bom coração. O que aconteceu esses dias...
_ Relaxa... Sobre esses dois eu não quero nem saber... Já tenho problemas demais pra ter que ficar me importando com aqueles dois. Eles são complicados demais pra mim. Acho que vou dar um tempo sabe... Tenho faculdade... Quero focar nos estudos e...
_ Só me prometa uma coisa... –Ele disse pegando em meu rosto e me fazendo olhá-lo. – Prometa que não fará nenhuma besteira ok. Você sabe que estou aqui do seu lado pra tudo, pois antes de tudo somos amigos e você sabe que pode contar comigo.
_ Obrigada.
_ Pelo que?
_ Por estar ao meu lado sem me cobrar nada.
_ Amigo é pra essas coisas. –Ele disse com um lindo sorriso nos lábios e logo me abraçou apertado.
Voltamos a caminhar, mas dessa vez em silêncio. Ao chegarmos no chalé, nos despedimos, ele foi para um quarto e eu para o outro. Ao chegar ao quarto tomei um banho e fui me deitar, eu precisava reorganizar minhas ideias. Tive uma noite sem sonhos e as 5 já estava de pé, como não desfiz a mala, guardei o que tinha retirado da mesma, peguei uma calça jeans, uma regata, minha jaqueta de couro, um salto, peças intimas e fui pro banheiro e fiz minha higiene pessoal. Assim que terminei me enxuguei, vesti minha roupa e depois de pronta liguei para o taxi e em 15 minutos eu já estava colocando minha mala no porta malas, eu só queria saber de ir pra casa e ter um tempo só pra mim.
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Pov de Bill
Acordei com uma terrível dor de cabeça, a luz que entrava pela janela estava dando bem na minha cara, o que piorava a minha dor de cabeça. Puta que pariu! O que houve? Onde estou? Ai caralho! Sinto que fiz merda! Fui abrindo os olhos lentamente e me vi em um quarto desconhecido e ao olhar pro lado vi Gabrielly deitada e pra piorar a situação estávamos nus, vi ali minha cova! Fiz merda! Porque fui beber tanto? A Manu!! Me levantei depressa, mas fui obrigado a deitar novamente, pois o quarto começou a rodar.
Dei um tempo e voltei a me levantar, assim que minha vista se normalizou me levantei, comecei a procurar minhas roupas pelo quarto e logo as vesti rapidamente. Ao terminar de calçar meu tênis fui caminhando lentamente até a porta sem fazer barulho, abri a mesma com cuidado e sai a procura do pessoal. Fui abrindo porta por porta que fui encontrando e nada, até que na última porta do corredor encontrei Tom, Gustav e as outras duas garotas, todos nus, eu não queria nem saber o que tinha rolado ali.
Fui até os dois cabeçudos e os acordei, precisávamos sair dali o mais rápido possível sem acorda-las. Depois que eles finalmente se levantaram e se vestiram, saímos sem fazer barulho. Já no carro a caminho do chalé...
_ Mas que merda foi essa? –Eu disse irritado. – Porque viemos parar na casa da sua amiga?! E não me venha dizer que foi porque bebemos demais!!
_ Eu também não sei ok! –Tom disse dando um murro no painel. –Eu não me lembro de nada!
_ Eu só me lembro de uma bebida azul... Depois disso branco total. –Disse Gustav deitado no banco de trás.
_ A Manu deve estar com ódio da gente! –Eu disse dando um soco no volante.
_ Deve mesmo, porque eu tenho 53 ligações do Georg aqui e... 23 mensagens. – Gustav disse mexendo em seu celular.
_ E está esperando o que pra ler seu idiota?! –Tom disse quase voando pro banco traseiro.
Logo ele começou a ler todas as mensagens:
“Onde você está porra!”
“Atende essa merda de celular!”
“Onde você se meteu? Porque o Tom e o Bill também não atende o celular?!”
_ Aconteceu alguma coisa com a Manu. –Eu disse parando o carro bruscamente.
Logo peguei meu celular e vi muitas ligações do Georg e logo tratei de retornar a ligação e logo de primeira ele atendeu desesperado.
_ Caralho! Onde vocês se enfiaram?? Tô a horas tentando falar com vocês?! –Ele disse histérico.
_ Que horas são? –Estranhei o modo de como ele falou.
_ Que horas são?! Está de sacanagem com a minha cara?! São uma hora da tarde seu babaca! Eu estou aqui me descabelando por causa da Manu e vocês estão aí se divertindo com aquelas vadias! Minha vontade é de dar um tiro na bunda de vocês três! Ahhhh!! –Ele deu um grito me assustando.
_ Mas o que ouve?! Cadê a Manu?!
_ Eu não sei!
_ Como assim não sabe??
_ Quando eu acordei ela já não estava mais aqui!
_ Como assim??
_ Como assim o que seu idiota?! Ela simplesmente sumiu! Foi embora! Nos deixou aqui! Estão satisfeitos?? Vocês conseguiram acabar com o emocional da garota!!
_ Agora fodeu! –Eu disse batendo a mão na testa.
_ O que ouve? –Tom disse preocupado.
_ Ok, já estamos chegando. Arrume tudo por aí que voltaremos ainda hoje ok.
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Pov de Manu
Uma semana se passou e não tive noticias dos rapazes. Claro que não fiquei no apartamento pra saber o que aconteceu com eles e as vadias, isso realmente não me interessa. Fui para um hotel e me isolei, aproveitei que todos estavam ocupados demais pra me notar e assim que a faculdade começou eu voltei e retornei a minha vidinha chata, do hotel pra Universidade e depois biblioteca e ficava lá até tarde estudando.
Já na sexta-feira eu fui pra casa da única garota que fez amizade comigo, Bianca se mostrou paciente comigo, vendo que eu sou muito tímida e me ajudou apresentando algumas pessoas. Nos divertimos muito juntas do nosso jeito. Estávamos na praia depois de uma longa caminhada, conversávamos sobre os rapazes do time de basquete quando sou surpreendidas por Gustav e Georg.
_ Hey sua louca! Por onde andou?! –Gustav disse me abraçando. – Como você some do mapa assim sem deixar um aviso se quer?! –Ele dizia todo nervoso. –Ficamos preocupados com você, sabia?!
_ Oi pra você também Gustav. –Eu disse um pouco sem graça. –Eu estudo, se lembra? Faço medicina por isso não paro na cobertura.
_ Porque não atende nossas ligações?
_ Perdi meu celular, sou desligada. – Menti.
_ Você não sabe mentir gata. – Georg disse me olhando intensamente.
Vendo que eu eles não iriam sossegar, eu logo apresentei minha amiga.
_ Meninos essa é a Bianca, uma amiga da faculdade... Bia, esses são Georg e Gustav, os conheci lá no prédio onde moro.
Sem perder tempo eles se cumprimentaram e logo ela e Gustav engataram uma conversa animada me deixando pra trás com Georg.
_ Senti sua falta... –Georg disse sem me olhar. –Porque sumiu assim?
_ Eu queria um tempo pra mim, apenas isso.
_ Sobre aquele dia no chalé...
_ Esquece isso ok, eu já virei essa página da minha vida e não estou nem um pouco a fim de saber daquele dia.
_ O Tom e o Bill estão mal pelo que aconteceu.
_ Eu e a Bia estamos pensando em ir pra algum lugar hoje... Você e o Gustav estão a fim de ir com a gente?
_ Não mude de assunto Manu.
_ O que você quer que eu diga Georg? Eu e o Tom estávamos juntos ok! Como você acha que me sinto depois do que ele me fez? Eu realmente não quero mais falar dele ou do Bill. –Eu disse caminhando depressa, mas Georg me puxou pelo braço me fazendo voltar com tudo e colando nossos corpos e sem dizer nada ele simplesmente me beijou, um beijo calmo, porém intenso, mas tivemos que cessar o beijo por falta do ar. – P-por que...?
_ Sei que meus amigos estão mal pelo que fizeram, mas é mais forte do que eu... Não suporto a ideia de te ver sofrendo assim...
_ Georg eu...
_ Não diga nada... Sei que você não sente o mesmo por mim, mas só te peço uma coisa... Não me peça pra me afastar de você... Me contento em ser apenas um amigo, mas...
Nisso o calei com um beijo, nem sei por que fiz isso, acho que foi por impulso, mas logo fomos interrompidos por dois serem chamados Bianca e Gustav.
_ Sei que o beijo aí está bom, mas precisamos ir Manu. –Bia disse com um sorriso na cara que realmente não gostei.
_ Tira esse sorrisinho da cara. –Eu disse seria.
_ O que? –Ela disse tentando segurar a risada.
_ Você não presta Bia. –Eu disse revirando os olhos.
_ O que? Perdi alguma coisa? –Gustav disse sem entender.
_ As dez no Caldeirão e não me faça arrepender-se disso. –Eu disse dando um tapa leve no ombro de Georg. – Até mais tarde rapazes.
Logo sai puxando Bia, pois eu sabia que ela iria me perturbar por causa do beijo.
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Pov de Tom
Uma semana de puro pesadelo. Não saber por onde minha Diaba anda está sendo torturante, já faz uma semana que nem saímos da cobertura, esperando por noticias dela, eu tinha que me desculpar com ela, sei que não mereço perdão pelo que fiz, mas realmente não me lembro do que aconteceu aquela noite. Tento me lembrar, mas só a escuridão e isso já está me enlouquecendo. Eu estava pensando nisso quando algo me ocorreu.
_ Bill, já sei onde vamos encontrar a Manu.
_ Onde? –Ele disse aparecendo na minha frente.
_ Universidade.
_ Putz! –Ele disse batendo na testa. –Como pude me esquecer desse detalhe?!
_ Eu daria qualquer coisa pra saber se ela está bem. –Ele disse ficando serio de repente e sentando-se ao meu lado no sofá.
_ Eu daria minha vida... –Eu disse deixando uma lágrima rolar pelo meu rosto.
Eu não vou sossegar até ter o perdão da garota que amo.
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