Ana Paula


Sabe aquele dia quando você acorda e você vê que tudo está perfeito em sua vida? Comigo é assim todos os dias, tenho uma família com todas suas qualidades e defeitos e sei que me amam, tenho amigos maravilhosos, sou ótima aluna e uma melhor amiga incrível. Claro temos nossas brigas, ficamos sem nos falar, mas nossa amizade sempre prevalece.

 

No colégio eu era líder de torcida, e óbvio eu era popular, namorava com o cara mais gato do colégio, mas com o fim do mesmo eu acabei terminando com tudo, pois eu quero ir pra faculdade sem ter que deixar minha cabeça e meu coração na Filadélfia.  Eu e minha melhor amiga conseguimos ir pra faculdade de Los Angeles e isso pra nós é uma vitória, pois queremos construir lá o nosso futuro.

 

Tenho 17 anos e daqui a duas semanas estarei completando 18 e de presente ganhei antecipadamente 2 semanas de férias em Los Angeles longe da minha família, isso era tudo o que eu queria. Eu e Alexandra vamos daqui a dois dias, e não estamos aguentando de ansiedade.

 

Assim como eu Alexandra também tem 17 e o aniversário dela é no mesmo dia que o meu, mas como ela nasceu primeiro do que eu, isso a torna mais velha, e o que me deixa mais louca nisso tudo é que fazemos aniversário no mesmo dia que o grande amor da minha vida, mas isso é uma outra história.

 

Ela é um amor de pessoa, o que me irrita é que ela é muito sensível e por isso um pouco depressiva, se veste de preto, curte um som mais pesado, mas quando formos pra Los Angeles pretendo mudar isso, fazer com que ela volte ser a Alexandra de antes.

 

 Alexandra


Não sou boa com as palavras, por isso não sou muito de conversar com as pessoas, só mantenho contato com minha melhor amiga Ana Paula e com um grupo pequeno de roqueiros que conheço e sempre estamos juntos a noite. Sou do tipo esquisita, mas nem sempre fui assim, já fui aquela garota adorável, como a Ana, eu fazia parte da torcida, mas em um único dia tudo mudou.

 

Não gosto de falar da minha vida, é muita tragédia pra uma pessoa só, mas vou levando minha vida como posso. Meu sonho sempre foi sumir da Filadélfia e quando fui aceita pra faculdade de Los Angeles junto com minha melhor amiga eu vi aí minha chance.

 

Sou bem de vida, mas quero minha independência longe da minha família, não quero depender deles pro resto da minha vida. Meu aniversário está próximo e o que ganhei? O melhor dos presentes! Consegui minha ida a Los Angeles, então estou livre pra viver minha vida.

 

Por ser muito estudiosa eu ganhei uma bolsa pra faculdade, então é só manter minhas notas, arrumar um emprego e curtir. Claro que meus pais como são, ajudaram a comprar uma casa pra mim, mas farei de tudo pra não ter que colocar a mão nesse dinheiro.

 

Sou revoltada mesmo, assumo, mas prometi pra Ana que mudaria quando fossemos embora. Sou mais velha que ela o que faz a diversão ser maior e melhor! Aprontamos todas juntas e o que sabemos fazer de melhor são festas, as inesquecíveis.

 

Ela sempre cuidou de mim, não me deixando entrar em uma roubada, me consolando com seu ombro amigo e aqueles sermões fodidos que só ela sabe dar quando algum garoto terminava comigo.

 

Sempre temos nossas brigas, mas nossa amizade é maior que tudo, às vezes penso que fomos irmãs em outras vidas se é que isso é possível mesmo. Nossas brigas não passam de uma semana, e confesso que sem ela eu estaria perdida.

 

Estou muito ansiosa, pois daqui a dois dias estamos indo pra Los Angeles curtir duas semanas de férias antes que a faculdade comece, e sei que serão os melhores dias das nossas vidas antes de termos responsabilidades de verdade.

 

Na noite anterior fomos pra casa de uma amiga patricinha dela, fazer uma festinha básica, de despedida e foi a melhor como sempre. Eu estava dormindo quando ela chegou toda empolgada me acordando.

 

— Vamos Bela Adormecida, acorda! –Ela disse puxando o lençol. –Se você continuar aí dormindo vamos nos atrasar pra piscina!

 

— Para Ana! Eu tô com sono! –Eu disse tentando puxar o lençol. –A piscina não vai fugir!

 

— Mas os gatinhos sim. Anda! Hoje o nosso dia é cheio! –Ela disse toda empolgada.

 

Vendo que ela não me deixaria dormir logo me levantei.

 

— E qual é a nossa agenda pra hoje? –Eu disse esfregando o olho.

 

— Vamos ao clube nos encontrarmos com a turma do basquete. Eles estão comemorando o aniversário do Jack Sullivan e a festa começa lá e a noite vamos pra quadra norte.

 

— Você tá maluca? Lá o povo é barra pesada!

 

— Relaxa, vamos estar com os meninos. Já contratei dois seguranças pra gente. –Ela disse dando um sorrisinho que eu já conhecia bem.

 

— Que seguranças?

 

— O Gabriel e o Kevin do time de basquete.

 

— Você sabe que eu não curto atleta né?

 

— Isso faz parte do seu treinamento. Agora vá tomar um banho que vou preparar sua roupa, anda!

 

Logo ela me fez entrar no banheiro, tomei um banho gelado pra clarear as ideias e depois escovei meus dentes. Quando terminei minha higiene pessoal, minha roupa e minhas coisas já estavam todas prontas. Ana Paula escolheu um biquíni branco que entrava em contraste com minha pele, um dos que compramos quando passamos férias no Brasil, uma saída de banho branco com uma tribal nas pontas na cor preta. Coloquei um vestido de tecido leve na cor azul claro, passei um perfume que estava em cima da minha cômoda, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo, coloquei uma rasteirinha, peguei minha bolsa, e fomos, eu não queria nem olhar o que ela havia colocado em minha bolsa, eu sabia que não era algo do meu gosto.

 

Esse lance de voltar a ser a velha Alexandra de antes estava me deixando estressada, usar roupas normais novamente estava sendo difícil, mas eu não brigava com ela sobre isso, eu sabia que isso era pro meu bem.

 

O motorista dela nos levou, pois hoje seria uma daquelas noites em que não voltaríamos tão cedo pra casa. Em quinze minutos chegamos ao clube e assim que descemos algumas amigas de Ana vieram falar com ela.

 

Depois de trocarem algumas palavras elas vieram me cumprimentar e logo saíram.

 

— O que foi agora? –Eu disse sem entender.

 

— Elas vieram me avisar que o Bruno está bebendo pra caramba.

 

— Isso vai dar merda.

 

— Não estou nem aí, terminamos esqueceu? Vamos logo, pois os meninos já estão nos esperando.

 

Logo entramos e já avistamos o pessoal que estavam bebendo e conversando e assim que viram Ana já fizeram aquela algazarra. Depois daquela euforia toda ela me puxou para que eu me enturmasse.

 

— Vem Alexandra. –Disse Hanna me puxando pela mão. –Vamos pegar uma bebida pra gente.

 

Sem nem mesmo eu responder, Ana pegou minha bolsa e a garota já foi me puxando.

 

— A Ana me disse que você era líder de torcida. –A garota dizia toda sorridente.

 

— Sim.

 

— E o que a fez largar tudo assim?

 

— Pressão. Não suporto pressão sobre mim. Todo mundo vivia pegando no meu pé. –Eu disse apenas um dos motivos, eu não queria que ninguém soubesse o que realmente aconteceu comigo.

 

— Que bom que você se juntou a nós pelo menos nas festinhas da turma. O pessoal pode assustar no começo, mas quando você se enturmar você verá que eles são legais.

 

Pegamos as bebidas e fomos nos juntar a um grupinho de rapazes que conversavam embaixo de uma árvore.

 

Ana

 

Eu estava me divertindo com as garotas, seriam dois dias que eu guardaria pra sempre, pois depois Los Angeles nos esperava. Quando dei por mim Alexandra já estava enturmada com o pessoal e eu fui falar com Gabriel.

 

— Oi gatinho. –Eu disse me aproximando dele e ele logo veio me dando um selinho.

 

— Oi minha linda, se divertindo?

 

— Sim.

 

— E sua amiga?

 

— Está com a Hanna.

 

— O Kevin está ansioso pra ficar com ela.

 

— Eu já comentei de vocês, agora é só ele chegar nela.

 

Nisso eu sinto uma mão em meu braço e logo eu fui puxada com tudo quase me desequilibrando.

 

— Nossa! Que isso?! –Eu disse assustada.

 

— Foi pra isso que você me deu o fora? –Disse Bruno nervoso.

 

— Me solta garoto! Tá ficando maluco? –Eu disse puxando meu braço.

 

— Bruno, cai fora! Vocês não têm mais nada haver! –Disse Gabriel entrando na minha frente.

 

— Eu não estou falando com você Gabriel. Sai fora! –Ele disse empurrando Gabriel.

 

— Para com isso Bruno! –Eu disse irritada. – Fazendo isso você só está se humilhando!

 

— Eu te amo Ana... –Ele disse choramingando.

 

— Entenda Bruno acabou.

 

— Dois anos de amor não acabam assim de um dia pro outro! –Ele disse nervoso.

 

Eu estava vendo que essa conversa iria dar merda.

 

 Alexandra


Eu estava tendo um papo agradável quando ouço uma discussão e pela conversa eu sabia que era o Bruno dando o show dele, então deixei o pessoal e fui ver o que estava acontecendo. E assim que me aproximei, escutei uma frase que gostaria de não ter escutado.

 

— Vamos conversar, quero te provar que realmente te amo. –Ele disse pegando Ana pelo braço.

 

Ouvir aquilo fez meu sangue ferver, não que eu não acredite no amor e sim com o que poderia acontecer com aquela conversa.

 

— Para! –Eu disse puxando Ana. – Ela já não disse que acabou? Vai viver sua vida garoto.

 

— Não se meta na conversa sua esquisita! –Ele disse vindo pra cima de mim.

 

— Você acha que eu tenho medo de você seu merda? –Eu disse descontrolada empurrando-o. –Você pode ser grandão, mas não é tudo isso não!

 

— Qual é a sua garota? Você não é feliz e não deixa a Ana ser também! Você só está aqui no meio de nós por causa dela, pois aqui ninguém gosta de você!

 

— Bruno! Cala a boca! –Ana disse aos berros.

 

— Não calo não! Essa garota tem que saber qual é o lugar dela! Não sei como vocês podem ser tão amigas... São tão diferentes uma da outra!

 

— Você não sabe nada da nossa vida garoto! –Disse Ana indo pra cima dele. – Então não ouse falar da minha melhor amiga!

 

— Ela sempre será estranha! E nunca será como nós! Agora vamos conversar! –Ele disse puxando Ana novamente.

 

Eu tinha que fazer algo o mais rápido possível. Logo puxei Ana e fui saindo com ela, mas Bruno nos alcançou e me puxou pelos cabelos o que fez com que meu sangue fervesse. Sem dizer nada eu apenas meti uma cotovelada em seu estomago e assim que ele me soltou eu segurei seu rosto e lhe dei uma joelhada na cara, fazendo-o cair e se contorcer de dor.

 

— Nunca mais toque em mim seu vagabundo! –Eu disse dando um chute no estomago. –Você não me conhece!

 

— Sua vadia. –Ele disse com dificuldade.

 

— Eu já fui como vocês, eu já estive desse lado e posso dizer que esse lado realmente é podre! Algumas pessoas se salvam, pois não são babacas como você! Esse posto que a Ana tem hoje eu já tive a alguns anos atrás e fiz questão de deixar tudo isso pra trás quando vim estudar nessa maldita escola! Se ninguém aqui me aceita como eu sou o problema não é meu! Mas quem me conhece sabe como posso ser amiga de verdade!

 

— Calma Alexandra. –Ana disse segurando meu rosto para que eu olhasse pra ela. – Já passou amiga.

 

— Eu tô indo nessa. –Eu disse saindo. – Já vi que foi um erro eu ter vindo.

 

Sem perder tempo fui pegar minhas coisas e logo sai, eu não queria ficar ali no meio daquelas pessoas. Eu estava caminhando pela rua quando ouço um carro parar e ao me virar pra olhar vi que era Kevin.

 

— Vem entra. –Ele disse abrindo a porta do carro.

 

— Não precisa, pode voltar lá com os seus amigos.

 

— Por favor Alexandra entra, não quero te ver nervosa por aí sozinha. Juro que não vou abusar de você. –Ele disse todo sorridente tentando me animar.

 

Então logo entrei, sabia que ele não faria nada, pois eu já deixei uma prévia do que posso fazer com um homem.

 

— Pra onde vamos?

 

— Pra minha casa curtir a piscina.

 

— Acho melhor não.

 

— Não se preocupe. A essas horas minha família toda está em casa, eles são legais e tenho certeza que você irá gostar deles.

 

Então fomos em silêncio, e em vinte minutos finalmente chegamos em um condomínio fechado um pouco afastado da cidade. Assim que chegamos, umas crianças já vieram fazendo aquela algazarra com Kevin.

 

— Oi Kevin! Você trouxe sua namorada também? –Disse um garotinho loiro com os olhos azuis iguais a de Kevin.

 

— Não Jay, ela é uma amiga minha da escola. –Disse Kevin vermelho.

 

— Ela é muito linda. –Disse o garotinho me analisando.

 

— Para com isso moleque! Olha o respeito! –Disse Kevin rindo sem graça. –Ela é a Alexandra, uma amiga da escola.

 

— Oi. –Disse o garotinho pegando minha mão. –Me chamo Jason, mas pode me chamar de Jay.

 

— Oi Jay. –Respondi com um largo sorriso. –Quantos anos você tem?

 

— Eu tenho nove e você?

 

— Jay! Isso é coisa de se perguntar a uma mulher?

 

— Tudo bem. –Eu disse rindo. –Eu tenho 17.

 

— Kevin... –O garotinho disse meio hesitante. –Essa é a Alexandra que você tanto fala?

 

— Kevin! –Ele disse envergonhado.

 

— Ela não se parece com a garota que você gosta.

 

— E como ela é?

 

— Ela se veste toda de preto, estilo roqueira, anda de skate... Ela tem todo um jeito de menino, mas pra quem a conhece ela é doce, delicada...

 

Quando olhei pra Kevin o coitado tava suando frio, e até suas orelhas estavam vermelhas.

 

— É bom saber que seu irmão fala de mim, mostra que ele é um grande amigo. –Eu disse dando uma piscadinha pro garoto.

 

— Minha mãe vai adorar conhecer você. Vem.

 

Nisso o garoto foi na frente.

 

— Relaxa Kevin. –Eu disse pegando em sua mão e entrelaçando nossos dedos.

 

— Me desculpe, meu irmão fala demais. –Ele disse sem graça.

 

— Então quer dizer que você fala de mim pra sua família?

 

— É...

 

Nisso ouvimos os gritos de Jay.

 

— Mamãe! O Kevin trouxe a garota roqueira que ele gosta pra gente conhecer!

 

— Vamos embora? –Kevin disse parando de repente todo nervoso.

 

— Que bonitinho. Ta envergonhado. –Eu disse dando um beijo em sua bochecha. – Você é um dos populares e é todo tímido! Isso é novo pra mim!

 

— Eu sou apenas aquele nerd idiota que se deu bem no basquete porque simplesmente ama o que faz.

 

— Você nerd? –Eu disse surpresa. –Não consigo te imaginar como um nerd, mas tenho certeza que continuaria gatinho do mesmo jeito.

 

Nisso fomos interrompidos por uma mulher muito bonita, aparentando ter uns 40 anos no máximo.

 

— Não acredito! Quando o Jay nos disse que o Kevin estava vindo com a namorada roqueira dele eu não acreditei! –Ela disse toda saltitante. – Mas você não parece roqueira. –Ela disse me analisando.

 

— Mãe!

 

— É que não ando mais toda caracterizada.

 

— Mesmo assim você é linda! Venha entre! –Ela disse me puxando toda feliz.

 

Nunca vi uma mãe tão alegre como a de Kevin, perto dela eu me sentia feliz. Ela parecia mais uma adolescente agitada e muito feliz. Depois de me apresentar ao seu marido, ela fez questão de nos acompanhar até a piscina.

 

— Por favor querida, me chame apenas de Vicky. –Ela disse toda sorridente. –Fique à vontade, eu vou lá preparar algo pra vocês.

 

— Obrigada Vicky.

 

Assim que ela saiu...

 

— Ai meu Deus! –Kevin disse pondo as mãos no rosto. –Essa família ainda me mata de vergonha.

 

— Amei sua família! Eu queria que minha mãe fosse igual a sua!

 

— Fala sério Alexs! Eles ainda vão me matar de vergonha!

 

— Posso te perguntar uma coisa?

 

— Claro.

 

— Você é tão fofo... Por que nunca chegou em mim antes?

 

— Talvez medo... Você anda com o pessoal mais temido da escola, achei que você nunca olharia pra mim.

 

— Eu e meus amigos não somos tudo isso o que falam não. E uma das coisas que odiamos é o preconceito.

 

— Sempre via as brigas de vocês com o pessoal do basquete.

 

— É que quando passávamos o Bruno e alguns garotos mexiam com a gente. Nunca demos motivos pra eles, e isso vinha acontecendo a quase um ano.

 

— O Bruno é um idiota, não sei o que a Ana viu nele.

 

Estávamos sentados na espreguiçadeira quando Vicky se aproxima de nós com uma bandeja cheia de frutas e sucos. Falou algumas coisas e logo saiu.

 

— Posso te fazer uma pergunta pessoal?

 

— Claro.

 

— Eu vi como você ficou com a briga... O que aconteceu pra você largar tudo assim? Você parecia perturbada.

 

— Não gosto de falar sobre isso.

 

— Se você não quiser contar, tudo bem.

 

— Antes de virmos pra essa escola, morávamos em Nova Iorque, e eu era líder de torcida também. Éramos populares, eu namorava o capitão do time de futebol... Aí meu pai recebeu uma promoção e iriamos morar no Japão por isso. Tive que terminar o namoro, mas Thor não quis terminar. Nos amávamos de verdade, ele sempre dizia que iriamos nos casar assim que tivéssemos idade pra isso. Mas ele não aceitou muito bem, assim como o Bruno. Estávamos em uma festa da turma, ele havia bebido muito e me pediu pra conversarmos, eu sabia que se aceitasse seria mais difícil, mas ele me pegou a força, me colocou no carro e saiu igual a um louco pelas ruas, dizendo que não aceitava o que estava acontecendo. Ele disse que poderia se mudar pro Japão se fosse o caso, mas que não queria terminar comigo. Meu pai nunca aceitou o nosso namoro, porque ele vivia brigando com o pai do Thor, eu nunca soube o que rolava a sério entre eles, eu sabia que se o Thor fosse atrás seria pior. Então no meio da nossa discussão ele ultrapassou o farol vermelho e um caminhão nos pegou em cheio.

 

— Santo Deus! –Kevin disse surpreso. –Não me diga que ele...?

 

— Infelizmente sim. Eu estava de cinto, bati a cabeça, quebrei um braço e as duas pernas e fiquei em coma por 3 meses, quando acordei fiquei sabendo que ele não sobreviveu. Ele estava sem cinto e o caminhão bateu do lado dele. Morreu na hora.

 

— Me desculpe. Eu não sabia que era tão grave assim.

 

— Tudo bem. Você não sabia.

 

— Você ficou com medo quando o Bruno sugeriu que a Ana conversasse com ele.

 

— Sim, ela é como uma irmã pra mim e não quero que ela sofra.

 

— Isso pode parecer meio gay, mas eu acho lindo a amizade de vocês, uma sempre protegendo a outra.

 

— Podemos ter nossas brigas, mas nos amamos! Ela é minha única amiga, ela sempre esteve do meu lado nos piores momentos da minha vida. Sempre que precisei de um ombro pra chorar ela sempre esteve lá, ela nunca me deixou na mão, mesmo quando estamos brigadas.

 

Ficamos ali curtindo a piscina a tarde toda até as crianças virem ficar com a gente. Até mesmo os primos do Kevin são uns amores. Nos divertimos muito, até que ele foi se arrumar pra festa que teria na quadra e depois ele me levou até em casa para que pudesse me arrumar.

 

Kevin é totalmente diferente dos amigos, pude perceber que ele é muito sincero nas palavras e nas ações. Depois de pronta fomos juntos pra quadra, nossa noite ainda estava apenas começando.

 

0 Comments:

Postar um comentário