Pov de Manu
Acordei com a luz suave da manhã invadindo meu quarto. Depois de uma noite de sono tranquila, abri os olhos devagar e me espreguicei, quando algo capturou minha atenção: meu irmão, Elloy, estava sentado na poltrona ao lado da cama. A expressão cansada no rosto dele revelava que, provavelmente, ele havia passado a noite toda na estrada e agora tava largado na minha poltrona.
Me sentei, ajeitando o cabelo com as mãos enquanto Elloy estava desmaiado. Sem querer perturbá-lo de imediato, levantei-me silenciosamente e fui ao banheiro para minha higiene matinal. Sentia que a conversa que teríamos não seria leve, então tomei um banho para despertar por completo, preparando-me mentalmente para o que precisava dizer.
Depois de me vestir, voltei ao quarto e encontrei Elloy ainda cochilando, a cabeça apoiada na poltrona. Com um leve toque no ombro dele, o acordou gentilmente.
— Elloy, vamos tomar café juntos? — Convidei com um sorriso.
Ele assentiu, esfregando os olhos para afastar o sono. Ao descermos para a cozinha, senti o peso da conversa que estávamos prestes a ter. Preparei duas xícaras de café e me sentei ao lado do meu irmão, esperando que ele quebrasse o silêncio.
— Então... o que foi aquele tom nervoso na ligação de ontem? — Perguntou Elloy, enquanto tomava um gole.
Suspirei e comecei a desabafar. Falei das imprudências e da negligência de Leonard, explicando como ele havia feito investimentos desastrosos que geraram um rombo financeiro milionário na empresa da família. Eu tentava manter a calma, mas era evidente a frustração ao lembrar dos detalhes.
— Como se não bastasse, ele veio com um "plano brilhante": disse que a única salvação da empresa é se eu me casar com um empresário chamado Davis Ollivier. Pelo amor de Deus, ele deve ter o quê, uns 100 anos? — Disse com uma careta de sarcasmo.
Elloy riu um pouco, tentando aliviar o peso da situação, mas sabia que eu não estava para brincadeira. Então me virei para o lado e o encarei com seriedade.
— Elloy, é a nossa família, a nossa empresa. Preciso que você deixe de lado essa vida de farra e pense no futuro.
— Como ele ousa pensar em te vender assim pra esse velho? — Ele disse com os olhos arregalados.
— Exatamente. — O interrompi. — Por isso você precisa ir até a empresa e resolver isso. Você é o irmão mais velho, Eloy. É sua obrigação reivindicar o que é seu por direito. Você precisa tirar o Leonard da presidência antes que ele afunde tudo de vez.
Eloy abriu a boca para protestar, mas viu a determinação no meu olhar. Ele nunca quis se envolver nos negócios da família, preferindo seguir seu próprio caminho, mas a situação havia saído do controle.
— Não gosto dessa ideia, Manu. — Ele murmurou. — Mas você tem razão. Se eu não fizer nada, ele vai acabar destruindo a empresa.
— Finalmente tomou juízo! — Exclamei. — Vá para lá e resolva isso. Mostre que o verdadeiro herdeiro voltou.
Terminando o café da manhã, peguei minha bolsa e sai, informando que iria ao centro da cidade resolver alguns assuntos pendentes. Elloy ficou na cozinha, pensativo, o rosto agora sombrio. Sabia que, em algum momento, essa cobrança viria — e talvez fosse finalmente a hora de decidir o que fazer.
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